sábado, 20 de abril de 2013

Da série: História x Regras, Episódio 1


Olá amigos, aqui estou eu escrevendo minha primeira postagem para o A Culpa é do Dado. Para quem não me conhece, meu nome é Rafael Viana. Vocês devem me conhecer melhor pela alcunha de Sebastian Gardner, o tímido e sério professor de Física, um dos protagonistas da campanha It’s An Heroic Time.

Há algum tempo atrás, fui convidado para escrever para o blog; mas fiquei bastante indeciso sobre o quê falar a vocês. Durante estes meus 14 anos de rpgista, obtive uma larga experiência através de muitas e muitas sessões de jogo, com diferentes tipos de jogadores e mestres. E apesar de possuir várias histórias e casos interessantes para compartilhar, fico pensando se realmente há algo de útil para ser dito. Bem, ainda não tenho esta resposta; mas ainda assim vou transmitir algumas idéias e opiniões pessoais sobre os diversos temas que envolvem uma mesa de RPG.

E para começar, o meu primeiro tema será sobre a relação entre a ficha de personagem e a sua história na campanha. Como assim?

Narrador: — Então, que personagem você vai querer ser?
Jogador: — Bem, vou começar de mago, mas depois vou virar clérigo de Thyatis, em seguida me junto aos Paladinos de Wynna e termino como Explorador da Tormenta!
Narrador: — ...


Especificamente falando, me refiro quando a evolução da ficha do personagem não reflete a evolução da história do mesmo em jogo. É muito comum que ao criar um personagem, o jogador já tenha uma idéia de onde gostaria que ele chegasse. Principalmente em questão de regras. E isso não é algo errado; nós mesmos na vida real temos certos caminhos traçados para atingir nossos objetivos, e como fazer para chegar lá.

O problema está quando o jogador não leva em consideração os eventos e mudanças ocorridos na história, e mesmo assim decide continuar com a sua “progressão” tão bem planejada.

Narrador: — Bem, vocês subiram de nível. O que escolherão?
Jogador: — Vou pegar um nível de Pirata.
Narrador: — Como assim, você nunca nem viu o mar?
Jogador: — Pois é, mas na minha progressão tenho que ser Pirata nesse nível...

Obviamente, toda e qualquer lógica vai para o espaço quando se lida com esse tipo de situação. E o que fazer quando se está diante deste tipo de jogador?

Bem, primeiramente, é sempre bom deixar o mestre ciente de seu desejo. De preferência algumas sessões antes de realizar “aquela” mudança. Ficará mais fácil para ele saber se é possível ou não que aquele personagem possa progredir assim, e também irá deixá-lo preparado para colocar situações em campanha que conduzam o personagem naquele caminho. Mas é claro que, como em todo jogo, as coisas nem sempre saem como planejado. O jogador então deve estar ciente que é preciso fazer um pequeno “desvio” no caminho, que poderá ser retomado mais a frente ou então seguir para uma nova direção. O diálogo entre ambos, jogador e mestre, é sempre o caminho mais adequado para evitar que esse tipo de situação aconteça dentro de campanha.

O conselho que eu deixo é o seguinte: criem seus personagens com alguns objetivos de médio prazo, e alguma idéia do que fazer até no máximo umas 5 sessões. Isso garante que você tenha uma maior liberdade para adaptar a sua evolução à história. Os meus melhores personagens foram aqueles que tomaram rumos totalmente diferentes do que eu havia planejado no começo.

É isso aí gente, por enquanto é só. Espero que tenham gostado do tema e da forma como ele foi abordado. Deixem um comentário aqui embaixo, adoro receber críticas (desde que sejam positivas, heim!) e conselhos, afinal o conhecimento não é uma via de mão única. Até a próxima.

Um comentário:

  1. Há cada player que vou te contar hein. Qualquer dia desses pego a sua ideia emprestado e escrevo um post sobre um desses causos. Pode? *Wink* *Wink*
    Bom, Esperando por mais conselhos o>

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